A pressão capitalista pela entrega do Banco Postal
Recentemente, foram divulgadas na imprensa diversas matérias dizendo que não há interesse por partes dos grandes bancos em fechar uma parceria com o Banco Postal. Tal informação soou mal aos ouvidos dos trabalhadores, que amedrontados com a crise internacional, temem o fim do Banco Postal.
Vejamos, portanto, alguns pontos a se considerar.
Na crise capitalista internacional em que estamos (como sempre - o capitalismo vive em crise), qual banco que não gostaria de contar com uma rede de mais de 6000 Agências, em 100℅ do território nacional?
É a oportunidade de estar presente em qualquer cidade do Brasil, sem ter que abrir uma Agência própria ou ter despesas com aluguel, luz, água, telefone, seguros, salários ou indenizações. Sem falar que em caso de assaltos, quem arca com 100% dos prejuízos materiais e psicológicos, causados aos trabalhadores, é a própria ECT. Isto é um sonho de consumo para qualquer empresa capitalista - a terceirização dos serviços bancários - sem nenhum tipo de vínculo empregatício. É sem dúvidas um "negócio da China"!
Querem sim o contrato, mas pagando uma merreca. Valem-se da imprensa para causar o terror e pressionar o Estado a entregar de graça mais este serviço aos abutres capitalistas. Este é o motivo pelo qual não apresentaram nenhuma proposta até a data limite da licitação, que venceu no dia 11 de novembro/2016. É uma estratégia de negociação: não fazer propostas no primeiro momento, o que serve como argumento para “pechinchar”. E os bancos estão juntos neste boicote. Já soa bem estranho o BB não querer renovar o contrato, ao qual tinha direito. A verdade é que já está tudo arquitetado para que alguém ganhe esta licitação por um preço bem menor do que vale.
O SINTECT MG vem a público denunciar que se trata de mais um golpe contra a Empresa e os trabalhadores, para que a concessão do Banco Postal saia para eles (os banqueiros) "a preço de banana".
Em 2011, o Banco do Brasil arrematou o direito de explorar a rede dos Correios em um leilão acirrado, pagando R$ 2,3 bilhões. Na ocasião, derrotou o Bradesco, que já operava o serviço na época e pretendia estender a parceria, mas deu um lance de R$ 2,25 bilhões. O contrato com o BB encerrou-se em 2 de dezembro.
Pelos termos do edital atual, o vencedor tem de pagar já neste ano R$ 600 milhões. O mesmo valor tem que ser desembolsado no início do sexto ano da operação - o contrato é de dez anos e pode ser prorrogado por mais dez. Pela utilização da rede e participação nas tarifas bancárias, os Correios também embolsarão outros R$ 2,4 bilhões ao longo dos primeiros dez anos do contrato.
A mídia golpista, que é a favor das privatizações, está em campanha neste momento pela desvalorização do serviço prestado pelo Banco Postal, principalmente a rede Globo, Editora Abril e Folha de São Paulo. É importante denunciar em toda a imprensa classista e operária que se trata de mais um ataque ao patrimônio público; como sempre, querem fatiar o Estado para aumentar o lucro dos grandes capitalistas internacionais, que não conseguem mais lucrar com a produção. Também precisamos acompanhar para ser se não se trata de mais um “truque” para que, repentinamente, as agências fiquem sem a verba do Banco Postal e, assim, justificar uma nova aceleração na privatização.
A população brasileira e os trabalhadores dos Correios não podem aceitar a entrega do Banco Postal a "preço de pinga".
Não às Privatizações!
Fora o imperialismo do Brasil e da América Latina!
Que a crise seja paga pelos capitalistas!
Fora o imperialismo do Brasil e da América Latina!
Que a crise seja paga pelos capitalistas!