PDI 2017 - O que os aposentados precisam saber

O que devo saber, antes de sair?

Promover PDVs nas Estatais Brasileiras ante a possível aprovação da PEC 287 (Reforma da Previdência)  e sem nenhuma perspectiva de concurso público, é mais uma manobra do Governo Temer para retirar direitos da classe trabalhadora e privatizar as empresas públicas.
A Direção da ECT promoveu, recentemente, mais um PDI. O objetivo era chutar o pé na bunda de 8.200 empregados. Segundo ela, o público elegível é 17.862, mas apenas 5.491 empregados se inscreveram. Um incentivo será pago em forma de parcela mensal durante 8 anos.
O Incentivo Financeiro Diferido (IFD), pago em 96 parcelas, será calculado sobre a média salarial dos últimos 5 anos, multiplicada pelo tempo de serviço, limitado a 35 anos, em seguida dividido por 100. O resultado deste cálculo será multiplicado pelo fator compensatório, que reduzirá o resultado em até 15%, baseado na idade do empregado na data da adesão.
Sobre estas regras, a maioria dos empregados elegíveis receberá uma parcela mensal  em torno de R$ 1000,00, valor que mal serve para cobrir a perda do Ticket Alimentação e Vale Cesta.
Há outros pontos, omissos, quanto à inadimplência ou atraso nos pagamentos, o que não garante o compromisso da continuidade da prestação, em caso de privatização ou prejuízo financeiro, causado pela má gestão dos paraquedistas governamentais.
Ainda há outro ponto a se considerar. Se os aposentados ativos da ECT souberem o que  pode acontecer com suas aposentadorias, após aprovada a Reforma da Previdência, pensarão duas vezes antes de aderir a este PDV. 

 O fator previdenciário, criado por FHC, em 1999, reduziu o valor do benefício em até 55%. Desde então, o trabalhador que completa cedo o tempo de contribuição já não tem mais direito à aposentadoria integral, passando  a se aposentar com a metade (ou menos) daquilo que recebia de salários enquanto ativo. Isto só já basta para causar uma queda na qualidade de vida. Outrossim, corre-se o risco dos benefícios previdenciários serem ainda mais achatados, caso prospere a famigerada PEC 287. Essa medida visa retirar do bolso dos velhinhos e das viúvas o pouco que lhes restou. Esta proposta de Emenda à Constituição quer reduzir pela metade o valor da pensão por morte, prejudicando a qualidade de  vida da família Ecetista.


Os empregados dos Correios ainda tem outro problema  – o rombo do Postalis. Os trabalhadores que se aposentarem pelo Instituto sofrerão um corte imediato no benefício de 20,65%, causado pela roubalheira, má gestão e o calote de grandes bancos, sob o manto de  cumplicidade dos administradores do Fundo de pensão, indicados políticos. Fora esta, mais uma. A partir do momento da concessão, o beneficiário passará a pagar outra contribuição contratual, de 9%, que somada à contribuição extra do equacionamento do déficit , reduzirá o valor do benefício em quase 30% .
Ainda não acabou. A mensalidade do plano de saúde, que a Empresa quer criar, o que vai depender principalmente da traição da burocracia sindical, está vindo aí, com fortes possibilidades de se cobrar um valor maior dos aposentados. Esta cobrança pode ser descontada, a critério da Empresa, na folha de pagamento do Postalis, zerando assim o saldo do benefício.
Receber um mísero valor do INSS e nada do Postalis é o que está colocado. E de esmola, o IFD, que não supre as perdas salariais com a extinção do contrato de trabalho.
Com o PDV e a Reforma da Previdência, os empregados da ECT serão lesados naquilo que lutaram a vida inteira para ter – uma velhice digna.